segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Reativando nosso blog - Entrevista publicada na Gazeta de Limeira de 15/08/2014

Nowhere Band se dedica às origens do rock há 33 anos

Quando surgiu em Limeira, há quase inacreditáveis 33 anos, a proposta da Nowhere Band era tocar Beatles da forma mais fiel possível. Com o passar dos anos, o repertório cresceu, incorporando hits da Jovem Guarda, de ídolos como Elvis Presley, Bill Halley, Chuck Berry, Carl Perkins e Jerry Lee Lewis e de grandes bandas internacionais dos anos 60 e 70.

Com uma formação que pouco se modificou ao longo do tempo – com Enzo Lazzerini Júnior (contrabaixo), Henrique Novo (guitarra solo), Maurício Massaro (guitarra base e vocal) e Reinaldo Leitão (bateria e vocal) –, a Nowhere Band vem conseguindo, apesar de se manter fiel aos clássicos, renovar o seu público. Ao PLUG, Maurício contou mais sobre essa longeva história.

Vocês se definem como “provavelmente a banda mais antiga em atividade ininterrupta de Limeira”. Como essa história começou?
Em 1981, o Enzo e o Reinaldo trabalhavam juntos no Banco do Brasil. O Reinaldo vendeu uma guitarra para o Enzo e, como os dois já haviam tocado em conjuntos na juventude, nos anos 60, resolveram marcar um dia para tocar juntos. Chamaram um amigo de Campinas, o Gilberto, que tinha o restante do equipamento, e fizeram o primeiro ensaio. Eles iam buscar esse amigo e o equipamento em Campinas, em duas Brasílias, no sábado de manhã, tocavam sábado e domingo e levavam tudo de volta. Imagine a trabalheira. O Henrique começou logo em seguida, mais ou menos no terceiro encontro, tocando teclados, e eu um pouco depois, inicialmente para tocar baixo. Com o passar do tempo, a banda foi se modificando. Passei para a guitarra, o Henrique também, o Enzo assumiu o baixo. Neste ano, tivemos o reforço do Thiago, 10 anos mais novo que a banda, nos teclados.

Interessante que a formação da banda pouco mudou desde o começo, mas é inevitável que surjam divergências. Como vocês fazem para contorná-las?
Claro que as divergências aparecem, principalmente na hora de definir o repertório para um show. Mas é como um casamento, no bom sentido. Chegamos a um ponto em que nossa amizade está tão consolidada que se sobrepõe a tudo. Sabemos que, quando discutimos a respeito de um arranjo, ou se devemos ou não tocar certa canção, nunca é pessoal, e sim para o crescimento musical da banda, para melhorarmos nossas apresentações.

Enfim, como é tocar junto por tanto tempo?
É um prazer enorme, difícil descrever. É claro que temos nossas divergências, mas elas se superam à medida que nos conhecemos. O maior problema é na escolha de repertório, porque cada um tem suas músicas preferidas. Aí o jeito é apelar pra democracia: ganham as músicas de maior votação. No fim, prevalece o bom senso. Nosso espírito crítico, com relação aos timbres e arranjos originais, é muito forte. Reproduzir no palco as características dos sons originais não é fácil. A nossa sorte é que tocamos canções das bandas que revolucionaram não só a música, como conceitos e costumes, como os Beatles, por exemplo. Consideramo-nos quatro músicos de sorte, muita sorte, porque tocamos rock’ n’ roll, o único estilo de música que tem um dia universal de comemoração. Costumo falar nos shows que nossas apresentações, mais do que performances musicais, são grandes celebrações à nossa amizade, onde sentimos uma energia muito boa. Sempre saímos do palco cansados, mas renovados e com uma energia e alegria que nos fazem querer sempre mais.

Com um repertório baseado no rock dos anos 50 a 70, com ênfase em Beatles e Jovem Guarda, qual o público da banda?
É muito interessante a pergunta, porque atingimos público de todas as idades. Claro que a faixa etária que mais aprecia nossas apresentações é dos 45 anos em diante. Mas às vezes colocamos músicas no repertório de que gostamos muito, executamos bem, mas achamos que ninguém mais se lembra delas, aí vemos garotos de 15, 16 anos, até menos, cantando junto. Um exemplo foi numa recente apresentação em Poços de Caldas, quando tocamos “Venus”, da banda Shocking Blue, e uma garota de uns 16 anos cantou inteira, e após nossa apresentação veio comentar que adora essa música. Sem falar da Jovem Guarda e de Beatles, que são atemporais. É impressionante como o público conhece e canta junto.

E qual o roteiro de eventos do qual vocês normalmente participam?
Já tocamos muito em casas noturnas e de shows, aqui em Limeira e na região, mas ultimamente temos participado mais de eventos da Secretaria da Cultura, festas particulares, festivais de rock, encontros de motos, carros antigos e, eventualmente, também organizamos shows por nossa própria conta.

Como vocês fazem pra conciliar a agenda da banda com suas profissões?
Como as apresentações normalmente se dão aos finais de semana, não temos muitos problemas em conciliar as agendas. Além disso, já contamos com dois aposentados na banda, o que facilita bastante.

Vocês não pensam em produzir canções próprias?
Quem sabe? Sempre temos algumas ideias, mas acabamos não levando adiante. Gostamos de tantas músicas que ainda não entraram no nosso repertório, que, no final, acaba não sobrando tempo para nos dedicarmos a composições próprias, mas não descartamos a possibilidade.

E em gravar um disco?
Até já produzimos um CD de covers, caseiro, mas entrar num estúdio não está fora de cogitação. Como é um processo caro, principalmente para gravarmos músicas de outros autores, temos que nos preparar financeiramente primeiro.

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